Publicado por: Belgica Soares | 08/22/2013

E você, tá fazendo o quê?


Olá amigo leitor,

Esses dias andando de terminal em terminal , de integração em integração, percebi que a vida é na verdade um grande laboratório e inspiração divina. (momento filosófico)

Como todos nós sabemos, as integrações do Grande Recife são lotadas, bagunçadas, com filas imensas e muita muita gente… Gente de todo lugar, de diversas formações e de diversas EDUCAÇÕES. Affffffff e essa é a pior parte!!!!

Mais uma vez na fila gigantesca e depois de deixar sair 3 ônibus lotados, começamos mais um debate sobre os “furões”, estes seres que se reproduzem mais que formiga, surgem do nada e se multiplicam muito rapidamente quando um coletivo se aproxima.

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Tudo isso não é nenhuma novidade, certo?! Mas nesta sexta-feira a conversa na fila foi além das pequenas discussões que normalmente vemos. Lá pelo 3º ônibus perdido (pois saiu muito lotado), todos reclamavam das pessoas que furam filas, ai já sabe… Uma conversa leva a outra, uns culpam os governos, outros as empresas de ônibus, alguns diziam se tratar de falta de educação, quando uma senhora – que parecia ter um pouco mais de 50 anos começou seu pequeno discurso… Ela dizia que era contra quem fura fila, contra o governos, a falta de educação do povo, e de repente ela nos surpreendeu com uma afirmação:

“eles furam a fila aqui, outros tiram vantagens ali, e desse jeito se faz o j-e-i-t-i-n-h-o brasileiro. A mudança tem que vir da gente mesmo! Porque se esperar pelos outros minha filha, esse mundo vai se acabar sem nada, só de gente que não faz nada certo.” Me olhando ela perguntou: “e você professora, o que a senhora fez hoje pra mudar o mundo?” Fiquei sem palavras, e em silêncio, tentei lembrar de algo que tivesse feito naquele dia pra ajudar o mundo, o lugar onde vivo, enfim, a vida ao meu redor… Ela viu que ninguém respondeu, e tomou a iniciativa, puxou da bolsa uma sacolinha com restos, uma “lixeirinha” como ela chamou. E saiu dizendo: “eu não jogo lixo no chão, tenho raiva de quem joga. Guardo tudo aqui na bolsa e em casa jogo no lixo de casa…” Daí em diante pude presenciar muitas pessoas dando “testemunhos” de seus bem feitos por uma vida melhor; como mágica, tantos daqueles furões da fila se dispersaram, o ônibus chegou e segui minha viagem mais leve, porque sei que muitas atitudes são pequenas, mas fazem uma grande diferença não só na minha vida, mas na vida de todos que em algum momento cruzam o meu caminho.

Inspirada nesta linda experiência, quero saber de você leitor: O QUE VOCÊ FEZ PELO MUNDO HOJE?

Aguardamos sua resposta

😉

Mil bjokas

Bélgica Soares

 


Respostas

  1. Bem, eu, na verdade, fiz, não uma, mas TRES ações: Primeira; publiquei na página do facebook de um amigo, o seguinte comentário (que convoca a todos os leitores para agirem em prol do BEM); “Breno Rocha Emerson J. Anjos, sua percepção é a constatação de um fato. Entretanto, como você mesmo sugere: É PRECISO AGIR! Diferente do que se prega, a prática do bem (e do belo) não gera por si um efeito avassalador e implacável. Quase sempre, a prática do bem é, ao contrário, aplacada pelas vicissitudes de um cotidiano fútil, medíocre, automatizado e, por estas e outras razões: inútil. Isto faz com que a prática do bem não possa ser restrita a um desejo, nem mesmo a uma postura “oportuna”. É preciso transformá-la numa RAZÃO geradora das outras ações que praticamos e assim, transformá-la numa forma de luta! Não nos indignemos se nossa indignação não for estopim para “lutarmos o bom combate”!” ; A outra coisa que fiz para melhorar o mundo, foi DIVULGAR ESTE BLOG na minha FREQUENTADÍSSIMA página do facebook; e a TERCEIRA: passei a manhã ministrando aula de Ética para alunos do curso técnico de Mecânica da Escola Técnica Pernambucana. Bom… agora é só esperar pelo bolinho (k; k; k ; k; k!)

  2. Arrasou Bebel! Quantas vezes nos pegamos caindo no mesmo erro que apontamos não é mesmo? Eu busco sempre o meu melhor, não jogando lixo nas ruas, cedendo meu lugar no ônibus pros idosos e gestantes, não estragando comida do prato. Não sei se isso mudará o mundo, mas melhora o meu dia e minha vida sempre!
    Lindo texto, beijo grande
    #eoboloéMEU

  3. Hoje eu discuti com duas senhoras na parada de ônibus. Elas estavam disparando impropérios contra os manifestantes que atearam fogo num ônibus na semana passada. Pedi licença e interrompi a conversa delas para destacar as reivindicações dos estudantes.

    Infelizmente os protestos da última quarta-feira, com saldo de uma vidraça do São Luiz quebrada, bicicletas do Itaú idem e um ônibus incendiado, deixaram parte da população assustada. Mais ainda pela abordagem dada pela mídia.

    Com calma, expliquei-as que o ônibus não é fruto do dinheiro público, mas empresarial. E que as empresas que fornecem (péssimo) transporte para a gente ganham, além do dinheiro das passagens, verba pública. E muita verba pública. E que ninguém sabe quanto é ou para onde vai (sim, porque investimento no negócio da empresa é que não é, já que não vemos melhorias nos transportes).

    E o esquema é todo acobertado pelos políticos, nossos representantes públicos. Diferente da cobertura da mídia, destaquei as reivindicações dos estudantes: posicionamento dos políticos com relação a isso – coisa que eles têm se recusado a fazer. E por isso a revolta e os protestos seguem.

    Destaquei que a qualidade dos transportes é um grande desrespeito diário com o cidadão, que precisa do coletivo para se locomover na cidade. Tocar fogo num ônibus atinge financeiramente a empresa, não a população. E nós, a população, deveríamos pressionar os políticos e as empresas – e, não, seguir a doutrina midiática de só olhar para “vandalismo”. Uma vidraça atingida por uma única pedra não pode ser colocada como “atitude dos manifestantes”. Se fosse ideia do “grupo” destruir o cinema, certamente o teriam feito. Ou, pelo menos, não haveria sobrado vidraças, visto que eram centenas de manifestantes. Mas o que se viu foi fruto de uma atitude individual.

    Meu ônibus chegou e não deu para falar que o ataque às bicicletas do Itaú (que também não são patrimônio público e breve serão repostas pelo banco, que lucrou R$ 13,6 bilhões só em 2012) é ideológico, porque um dos grupos envolvidos é anticapitalista. Também não deu para explicar que a mídia é refém do nosso modelo de sociedade e por isso não hesitará em se colocar sempre contra manifestações que envolvam grupos de extrema-esquerda. E que por isso veículos jornalísticos tantas vezes ignoram estudantes baleados na cabeça por policiais pagos com o nosso dinheiro.

    As duas senhoras nem eram “gente importante” e muito menos devem ter grande poder de influência. Mas se a gente alfineta um por um, dá uma chamada ovelha por ovelha, pelo menos elas colocam as orelhas pra cima, acordam por um momento para a existência de várias verdades – e ela pode escolher em qual ela acredita. E apesar de não ter tempo suficiente para tentar explicar como tudo aquilo funciona, acho que pelo menos deixei claro que, mesmo que discordemos de exageros por parte de alguns, aqueles estudantes é quem estão lutando por melhorias para toda a sociedade. Para eles, para os policiais, para mim e para as duas senhoras na parada de ônibus.


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